O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PSD-RJ) participou, no dia 24, quarta-feira, da audiência pública que ouviu testemunhos de pessoas que deixaram de ser gay. Na ocasião, cinco pessoas que sofreram abusos na infância e adolescência contaram suas histórias de como tiveram relacionamentos homossexuais e depois se casaram com pessoas do sexo oposto. Ao longo dos depoimentos, todos afirmaram que não eram realmente homossexuais, mas heterossexuais que tiveram relacionamentos com pessoas do mesmo sexo. Eles também contaram sobre a perseguição e preconceito que sofrem por terem assumido que são ex-gays, citando a falta de assistência psicológica, médica e espiritual.
Um deles foi o pastor, conferencista e escritor Joide Pinto Miranda. Ele afirmou que sofreu abuso dos 6 aos 7 anos de idade, mas teria sido a ausência paterna o motivo de seus relacionamentos homossexuais. Miranda contou que saiu de casa aos 12 anos e foi atuar como. Por um pedido da mãe, voltou ao Brasil e deixou a profissão. “Nunca fui doente quando era homossexual, mas tinha a alma dilacerada. Na verdade eu nunca fui gay, nasci hétero, mas a vida me levou para esse caminho”, disse.
Para o pastor, cantor evangélico e conferencista Robson Alves, falta ajuda psicológica para quem vive relacionamentos homossexuais, mas não se sente feliz nisso. “Fui indicado pela psicóloga para viver minha homossexualidade, mas eu não era feliz nisso. A pessoa que quer deixar de ser homossexual, ela pode deixar.” Já a estudante de Psicologia e radialista Raquel Guimarães também disse que sofreu abuso. Segundo ela, isso ocorreu dos 8 aos 15 anos e, aos 11 anos, começou a sentir o desejo por mulheres. “Passei a rejeitar a imagem de homem. Não me sentia bem e não conseguia ver um futuro feliz ao lado de um homem”, declarou. Atualmente, ambos são casados com pessoas do sexo oposto e afirmaram que estão livres do homossexualismo.
Sóstenes Cavalcante ao fazer uso da palavra, criticou a ausência dos deputados representantes dos movimentos LGBT e afirmou que é um absurdo que pessoas que querem deixar a homossexualidade, não tenham amparo do governo e ainda são discriminados por suas escolhas. “Espero dessa comissão e dessa presidência uma resposta ao que nós ouvimos aqui hoje, quero deixar o debate ideológico de lado, esta é a Comissão de Direitos humanos, quem falou aqui não são extraterrestre, quem falou aqui foram seres humanos, que assim como nós ouvimos com respeito, os representantes da causa LGBT e eu entendo sua lutas por direitos e respeito essa luta. Mas quero que pela primeira vez essa presidência e os presentes reconheçam que existe uma minoria da minoria que geme nesse país, que clama e sofre preconceito tanto quanto os homossexuais, eles precisam que essa comissão encampe a lutas deles, precisamos sai do debate e começarmos a agir”, disse.
O deputado disse que irá apresentar um projeto de lei sugerindo a concessão do benefício que, na visão dele, seria nos moldes do Bolsa Crack. Para ele, a assistência visa ajudar no auxílio psicológico das pessoas que deixaram a homossexualidade. “Depois de ouvir esses testemunhos, concluo que a ausência de políticas públicas do Estado para os ex-gays é uma lacuna e eu como parlamentar quero preenche-la. Muitas vezes eu questionei porque o prefeito de são Paulo fez o “Bolsa Crack”, “Bolsa prostituta”. Mas, hoje, eu entendo. Pelo testemunho de vossas senhorias, este parlamentar no mais breve e curto espaço de tempo vou protocolar um projeto pela dor de vocês e de milhares que não tiveram a mesma coragem de vir aqui, um projeto de Bolsa ex-gay, eu vou fazer isso por respeitar a dor de vossas senhorias”, declarou.