As declarações foram dadas durante um debate sobre o projeto de lei (PL 3875/12) do deputado Carlos Manato (SD-ES) que inclui nova hipótese para anulação de casamento. A proposta permite a anulação quando um dos cônjuges tiver feito cirurgia de mudança de sexo, antes da união, sem ter informado ao parceiro.
Na ocasião, representantes de diversas entidades ligadas ao movimento LGBT, sustentaram que o projeto é desnecessário, uma vez que o Código Civil já prevê essa hipótese. Também, falaram sobre intolerância e preconceito, afirmando que umas das principais causas do aumento da violência contra os transexuais é o discurso de fundamentalistas e religiosos.
Único parlamentar evangélico presente no debate, Sóstenes esclareceu que dentro das igrejas evangélicas não é pregado, nem estimulado discursos de ódio ou preconceito a comunidade LGBT.
“Qualquer pessoa que se diz religiosa deste país, e tem um comportamento desrespeitoso, elas devem está frequentando algum lugar que eu desconheço, porque nas nossas igrejas, não é o que se ensina. Muitas vezes sou chamado de fundamentalista por ser religioso e acho que a religião não torna ninguém fundamentalista, ela não nasceu para isso, e se alguns aproveitam da religião para ter esse tipo de comportamento, não é parte da religião e não é o que eu acredito”, esclareceu.
Sóstenes também afirmou que sabe exatamente o que é ser vítima de preconceito. “Eu vivi em uma época em que ser crente em uma escola era ser “o Bíblia”, “o crentinho”. Eu que sou de uma Assembleia de Deus, que algum tempo atrás, as mulheres eram proibidas inclusive de cortar os cabelos, só podia andar de saia, e éramos ridicularizados por isso, entendo bem o que é preconceito, porque eu vive tudo isso na pele”, relatou.
A audiência pública foi realizada na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados, na última quinta-feira, 13.
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