Ex-tesoureiro do PT permanece calado durante depoimento na CPI dos Fundos de Pensão
O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto se manteve calado durante toda a reunião da CPI dos Fundos de Pensão realizada nesta quarta-feira (3). O depoimento de Vaccari foi autorizado pela comissão após um dos depoentes da CPI, o advogado Carlos Alberto Pereira da Costa ter afirmado, que Vaccari está “por trás” de um acerto de propina que envolve o Petros, fundo de pensão dos funcionários da Petrobras. Neto está preso em Curitiba, como réu da Operação Lava Jato. O juiz Sérgio Moro, titular da 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, autorizou, em 22 de janeiro, a vinda do ex-tesoureiro a Brasília para dar seu depoimento.
No dia 2, Vaccari conseguiu da ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, um habeas corpus permitindo que ele ficasse em silêncio durante seu interrogatório na CPI. A decisão garante ao ex-tesoureiro o direito a não responder perguntas “se tanto importar em autoincriminação”. Sendo assim, ao longo de cerca de duas horas e meia, Vaccari foi questionado por dez deputados e afirmou, que iria se manter em silêncio.
Vários deputados lamentaram a postura do investigado. De acordo com o deputado Sóstenes Cavalcante (PSD-RJ), há graves indícios de que Vaccari exerceu tráfico de influência junto aos fundos de pensão para desviar recursos e atender a interesses políticos partidários. Sóstenes também afirmou que que o silêncio de João é muito parecido com o de verdadeiros bandidos.
“Eu lamento seu silêncio, meu pai me ensinou que, na vida a gente pode perder tudo, menos a honra. Vossa senhoria hoje, teve mais uma oportunidade de resgatar sua honra, porque eu por formação devo acreditar no ser humano e quando lhe olho, com todo respeito eu preferia acreditar no ser humano que por tanto tempo ideologicamente diz que queria contribuir com esse país, mas ao seu silencio e a sua forma de agir, apesar de ser constitucional, nota-se que a essa altura, nem a sua honra lhe importa mais, o que é algo lamentável”, declarou Sóstenes.
Manifestantes ligados aos fundos de pensão Funcef (Caixa Econômica Federal) e Postalis (Correios) acompanharam a sessão.
Veja abaixo o pronunciamento do deputado Sóstenes na CPI Fundos de Pensão: