Este ano comemoramos os 506 anos da Reforma Protestante. Primeiramente, desejo enfatizar a importância das conquistas espirituais da Reforma Protestante, mas é crucial considerar também suas contribuições sociais e políticas.
Nós, cristãos evangélicos protestantes, muitas vezes fomos erroneamente rotulados como intolerantes, homofóbicos, machistas e assim por diante. No entanto, o que poucos percebem é que o mundo em que vivemos, com liberdade de expressão, inovação na educação, separação entre Estado e igreja, princípios democráticos e revoluções, foi profundamente influenciado pela Reforma Protestante.
Hoje, graças a essa Reforma, o mundo ocidental conhece os direitos humanos, algo que não é exclusivo de nenhum grupo político, mas sim uma herança da Reforma Protestante. Além disso, a educação pública e o acesso à literatura também se originaram nesse movimento. A Reforma Protestante não se limita às bandeiras políticas, ela transcende essas fronteiras.
A valorização das mulheres também nasceu com a Reforma Protestante, muito antes do movimento feminista contemporâneo. Em nossas tendências, seguimos esses princípios, o que se reflete na presença de pastoras, bispas e missionárias. Ao completarmos 506 anos desde o início da Reforma, prestamos uma homenagem às mulheres reformistas, às tias da escola dominical, que desempenham um papel fundamental na educação de nossas crianças, protegendo-as de influências ideológicas prejudiciais que visam à destruição das famílias.
Na esfera política, o estado moderno emergiu da quebra do monopólio católico sobre o controle dos estados europeus. Enquanto a igreja dominava o estado medieval, a Reforma fortaleceu o conceito do estado secular, baseado em princípios bíblicos, o que, por sua vez, promoveu a liberdade política regional. Essas mudanças levaram ao desenvolvimento do estado de direito e do capitalismo, desempenhando um papel significativo na formação da economia moderna. Além disso, a Reforma Protestante valorizou e influenciou os movimentos artísticos, a cultura e o desenvolvimento global.
Os princípios de igualdade e liberdade evoluíram a partir da ideia luterana de que não há distinção entre leigos e clérigos, pois todos são iguais perante Deus. Pós-Reforma, reformadores e projetos desenvolvidos para a abolição da escravidão, do tráfico de seres humanos e da prostituição, bem como para a erradicação da queima de hereges e dos genocídios contra deficientes físicos e sacrifícios de crianças, lutas que ainda perduram nos dias de hoje. Embora a sociedade pós-moderna ainda subestime em grande parte a raiz de seus direitos e valores atuais, especialmente no que se refere a pensamento, leis e sociedade civil, o legado da Reforma Protestante permanece inegável.
Que Deus abençoe o Brasil.
Viva a Reforma Protestante! Viva o Brasil!
Vamos continuar a reformar nosso país!