O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PSD-RJ) liderou, na tarde desta terça-feira, 15, uma manifestação com a volta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), extinto imposto sobre o cheque, antes utilizado para custear a saúde pública. A volta do tributo é uma das propostas da presidente Dilma Rousseff (PT) com o objetivo de cobrir o rombo bilionário causado pelo seu próprio governo.
Durante toda a tarde, o parlamentar circulou nas comissões, corredores e no Plenário da Câmara dos Deputados com três placas na mão com os dizeres “Xô CPMF”.
Vários deputados aderiram a manifestação e as placas, entre eles, o deputado Rogério Marinho (PSDB-RN) que, ao discursa no Plenário, levantou a placa em protesto. Incomodado com a ação, o deputado Silvio Costa (PSC-PE) pediu a palavra para uma questão de ordem. “O Regimento é muito claro, não pode haver corpo estranho aqui no plenário. É preciso parar com essa hipocrisia”, reclamou Costa, que ainda completou. “Quem criou a CPMF foi o PSDB e, se não me engano, o deputado que acaba de falar é do PSDB. E o PSDB criou a CPMF quando era responsável! Hoje o PSDB é o irresponsável, trabalha contra o País, e fica com esse tipo de atitude: trazendo placa aqui para o plenário, que V.Exa. deveria proibir”.
Sóstenes Cavalcante por sua vez rebateu o pedido de Costa. “Gostaria só de esclarecer ao Deputado Silvio Costa, a quem tenho o maior respeito e carinho, de que a placa é minha. Eu sou do PSD, d de dado, partido da base do Governo, e não concordo; e nesta Casa não será aprovado jamais volta de imposto, para colocar nas costas do brasileiro, que já paga altos tributos neste País. Xô à CPMF, sim. E a placa é minha, Sr. Deputado”, exclamou.
Costa se defendeu afirmando que não havia citado o nome de Sóstenes, e ironizou: “Eu não sabia que V.Exa. era fabricante de placa, tinha uma indústria de placa. Eu apenas estou dizendo para V.Exa. que aqui não é lugar de teatro”.
Para finalizar, Sóstenes mencionou que manifestações democráticas fazem parte da Casa. “Eu sou Parlamentar eleito. Estou aqui no exercício do meu trabalho e democraticamente vou, ao longo da sessão, manifestar, com a minha placa, a minha inquietação por essa tentativa, que não vai se concretizar, da volta da CPMF. Isso, aqui neste País, enquanto este Parlamento for sério e tiver os Parlamentares que aqui estão, não será aprovado. O Governo pode procurar outra saída. Essa, aqui, não passa”.
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