A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga os Fundos de Pensão aprovou a quebra de sigilo fiscal, bancário e telefônico de Fabrizio Neves, bem como das empresas da qual faz parte. Convocado para prestar depoimento na CPI nesta quinta-feira, ele não compareceu.
Fabrizio Neves é acusado de fazer aplicações fraudulentas no exterior com recursos do Postalis, fundo de pensão dos funcionários dos Correios, causando prejuízos no valor de 400 milhões de dólares. O presidente da CPI, deputado Efraim Filho, do DEM da Paraíba, reafirmou que a CPI vai adotar as medidas legais para pedir à Justiça Federal a prisão de Neves.
“A quebra de sigilo do Sr. Fabizio neves, fiscal, bancário e telefônico, vai nos dar a possibilidade de fazer a sequência do dinheiro, de buscar por onde esse dinheiro circulou, nós estamos falando de 400 milhões de dólares num fundo de investimento no exterior que em parceria com a gestão administrativa do BNY Mellon, banco de Nova Yorque, essas operações acabaram sendo objeto de fraude e geraram grandes prejuízos aos pensionistas brasileiros”, explicou o deputado.
Efraim Filho avalia que a situação do Postalis é a mais grave entre todos os fundos de pensão analisados pela CPI, porque o déficit já chega a quase totalidade do patrimônio do fundo. De acordo com investigação da Polícia Federal, Fabrizio Neves vendeu títulos da dívida externa brasileira e usou o dinheiro para comprar títulos da Venezuela e Argentina, entre outros, ultrapassando o limite máximo para investimentos em títulos estrangeiros, estabelecido pelo Postalis, que é de 20%. Fabrizio Neves chegou a ser multado pelo órgão regulador do mercado financeiro nos Estados Unidos.
Próximos depoimentos
Na próxima terça-feira (13), a CPI ouve o presidente da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp), José Ribeiro Pena Neto. Ele deve apresentar sugestões para aprimorar a legislação do setor.
Na terça-feira seguinte (20), está marcado o depoimento de Alberto Youssef, principal delator na Operação Lava Jato da Polícia Federal. Segundo o presidente da CPI, ele deve esclarecer a relação dele com alguns fundos de pensão, “especialmente para captar recurso para alavancar empresas que foram doadoras de propina a partidos e políticos”, explicou.
Com informações da Agência Câmara Notícias