Em uma discussão que começou na tarde de sexta-feira (08) e se estendeu por 13 horas, deputados do Democratas, inscritos para debater o relatório pela admissibilidade do pedido de impeachment, reafirmaram que a presidente Dilma cometeu crimes de responsabilidade e deve perder o mandato.
Primeiro deputado do Democratas a falar, Onyx Lorenzoni (RS) afirmou que o afastamento da presidente Dilma Rousseff é o capítulo final de uma tragédia chamada petismo e que o Brasil, com o sim ao impeachment, dirá ´Fora Dilma e fora PT´. Onyx lembrou que o dever de cada deputado é representar a sociedade brasileira e proteger a Constituição porque os parlamentares se comprometeram e juraram assim fazê-lo. Na hora de votar, cada parlamentar fará uma escolha, especialmente de como seu nome será gravado na história: “Ficar ao lado da decência ou do crime? ”.
Já o deputado Elmar Nascimento (BA), titular da comissão, apontou as contradições do petismo. “O PT chegou ao poder dizendo que tinha o monopólio da ética, da honestidade, e se lambuzou quando chegou ao poder. Agora quer dizer que todos somos iguais. Eu quero dizer que nós não somos iguais ao PT”, disse.
Ele apontou os crimes fiscais praticados pela presidente Dilma Rousseff. “Os dois pontos recebidos na denúncia e confirmados pelo relator por si só bastam a concluir que há indícios suficientes para processamento pelo Senado Federal para julgamento da presidente da República”, disse o deputado da Bahia.
Elogiando o relatório elaborado pela Comissão, os parlamentares destacaram que os argumentos técnicos e jurídicos do texto não deixam margem para dúvida.
O deputado Marcos Rogério (RO) lembrou a dicotomia do antigo mote de campanha petista “esperança x medo” e afirmou que, agora, o “medo é de que a esperança do povo brasileiro de ver o fim desse governo não se confirme”. O parlamentar salientou que os crimes da presidente vão além das pedaladas e dos créditos sem autorização. “Porque isso traz consequências que vão muito além do fato em si”, argumentou. “Trazem reflexos desastrosos para a economia”, acrescentou, afirmando que Dilma violou os cinco princípios básicos da administração pública: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
Para o deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), a sessão foi histórica por simbolizar o fortalecimento da democracia. “Diferentemente do que muitos dizem, aqui estamos respeitando estritamente a Constituição, coisa que a presidente não fez”, salientou. O parlamentar carioca trouxe exemplos do cotidiano para explicar de que forma a Lei de Responsabilidade Fiscal foi desrespeitada. Sóstenes disse ainda que, “pelo conjunto da obra, esse governo merecia cadeia coletiva”.
Segundo o deputado Mendonça Filho (PE), reforçou que o Congresso tem a oportunidade de fazer história e disse que, na prática, a presidente Dilma já sofreu o impeachment. “Quem governa, de fato, hoje é o ex-presidente Lula”, afirmou. “Eu tenho a convicção que a presidente cometeu, e continua cometendo, crimes de responsabilidade”, assegurou Mendonça, também sublinhando a solidez do relatório apresentado. O parlamentar pernambucano ressaltou que, enquanto Dilma continuar no poder, o país não sairá da crise. “Além disso, os petistas não têm autoridade moral e política para acusar esse processo democrático de golpe”, pontuou, lembrando que a ampla maioria da sociedade quer a saída do PT do poder.
O deputado Rodrigo Maia (RJ) destacou as fraudes fiscais cometidas pelo governo. “Se a lei veda que bancos públicos emprestem recursos para a União, qualquer R$ 1 que seja utilizado pelo governo de forma que a lei vede, o crime está caracterizado”, argumentou, enfatizando que as pedaladas seguem de forma continuada. Rebatendo acusações governistas, Rodrigo disse que “se há algum fascista é o Lula, que se acha acima das leis”. O parlamentar acredita que o Congresso dará uma resposta aos anseios da sociedade. “Vamos aprovar o impeachment na Comissão na segunda-feira [11] e no plenário no domingo [17]”, garantiu.
Passavam das 4h da manhã deste sábado (09) quando o deputado José Carlos Aleluia (BA) defendeu enfaticamente a saída da presidente Dilma e mandou um recado aos deputados ainda indecisos. “Não deixem de ficar ao lado de seus familiares, de seus eleitores, da sua consciência, do lado do Brasil, para salvar um governo que não tem mais salvação”, aconselhou. Aleluia destacou que o Brasil vai receber um Estado quebrado após a saída do PT, mas que vai sair renovado desse processo. “Foram 13 anos de destruição do PT, mas vamos sair desta crise fortalecidos e recuperar o país que, ao longo desses anos, foi arrasado pela quadrilha de Lula”, finalizou.
Assessoria DEM*