A CPI da Lei Rouanet recebeu na tarde desta quarta-feira (05), produtores culturais que trouxeram sugestões de medias para aperfeiçoar o financiamento da cultura no País.
Além disso, os participantes apontaram problemas existentes hoje na legislação para a atividade. As principais críticas feitas à legislação são a concentração de 80% dos projetos na região Sudeste, o financiamento a artistas consagrados, falhas na prestação de contas e na fiscalização e o financiamento de espetáculos privados com dinheiro público oriundo de renúncia fiscal.
Os debatedores criticaram o baixo orçamento destinado à cultura e atribuíram a isso o excessivo peso do mecenato, feito por meio de incentivo fiscal previsto na lei, no financiamento do setor.
Sugestões
Para corrigir o que consideram falhas e gargalos na legislação, os produtores culturais que participaram da audiência pública sugeriram as seguintes medidas aos integrantes da CPI foram:
- A execução orçamentária dos dois fundos que fazem parte dos recursos previstos na Lei Rouanet, o Fundo Nacional de Cultura (FNC) e o Fundo de Investimento Cultural e Artístico (Ficart);
- A autorização para que pequenas empresas tributadas pelo lucro presumido possam patrocinar o setor – o que é restrito hoje às empresas tributadas pelo lucro real;
- Estimular a participação de pessoas físicas no mecenato;
- Reforçar a fiscalização da execução dos projetos por meio de parcerias com a Receita Federal, bancos públicos e auditorias para projetos superiores a R$ 2 milhões.
- Descontingenciar os recursos destinados à cultura originados dos jogos de loterias federais (3% da arrecadação);
- Exigir contrapartidas das empresas que financiarem a cultura por meio de mecenato (patrocínio), principalmente quando este patrocínio divulgar marcas e produtos comerciais;
- Permitir repasses do Fundo Nacional de Cultura para estados e municípios, como maneira de desconcentrar o financiamento do setor;
- Responsabilizar o patrocinador que tiver mais de 40% de participação no projeto quando for beneficiário de irregularidades; e
- Dar tratamento diferenciado aos pequenos produtores.
ODILON WAGNER, ator e produtor cultural
JOÃO CALDEIRA BRANT MONTEIRO DE CASTRO, Ex-Secretário-Executivo do Ministério da Cultura
CARLOS BEYRODT PAIVA NETO, Ex-Secretário de Fomento e Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura
ELIANE DENISE PARREIRAS OLIVEIRA, Ex-Secretária de Estado da Cultura de Minas Gerais e Gerente de Cultura do SESC/MG
EDUARDO SARON, Diretor-Superintendente do Instituto Itaú Cultural e Vice-Presidente da Fundação Bienal de São Paulo
FLÁVIA FARIA LIMA, Produtora Cultural
SOLANDA STECKELBERG SILVA, Gestora Cultural